terça-feira, 23 de junho de 2009

LIX

Sinto-me [estou] {sou} tão só que até doi.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

LVIII

Aqui está-se mais confortável.

Os poucos que por aqui passam já me vêm como tarado, daqui não esperam nada coerente e é melhor assim: ao menos não desiludo ninguém.

Dou as costas à chibatada quando entendem que de meia dízia de posts por mês acham que me conseguem avaliar psicológicamente e inclusivé sugerir métodos eficazes (e eficientes?) de morte auto-induzida.

Não me interessa os bitaites que sentem necessidade de mandar. Estou a lembrar-me especificamente dos mandados por um(a) Tangerina, aqui há uns meses. É simplesmente curioso e fascinante. A esse(a) deu a impressão que expôr-me nú e crú o(a) ofendeu. Ou atingiu. Revelou apenas não ter lido nada do que escrevi além do óbvio. Mas não deixa de ser fascinante.

É como o JLFT ou a Gigi e a Mimanora. O JLFT abriu-se até mais que eu próprio. Revelou pedaços de si, coisas muito suas que devem ter custado. É ainda mais fascinante, sente-se o calor do abraço que quer dar à distância de um blog.
A Gigi e a Mimanora vêm a receio. Trazidas pela curiosidade? Pelo fascínio quase mórbido de saberem se ainda ando por aqui ou se já não? Por um instinto maternal?

Há ainda o(a) Hibrys que deixou um breve comentário de que destaco uma frase: «O que é normal? O normal é muito relativo. Para mim o normal é o que me dá a mim conforto, mesmo que seja a vontade de morrer.»


Não sei, não sei quantos passam por aqui. Muito menos quem ou o que os traz.

Mas sei indubitavelmente o que me traz, a mim, aqui.

LVII

Nem sei porque vim até "este lado" da blogosfera. Precisei ficar mais só, ver as coisas de longe.

Continuo a sentir o peito esmagado e custa-me respirar. Até ontem podia dizer a quem perguntasse que era da atmosfera carregada, do ar húmido e quente que nos envolvia.

Hoje o dia está limpo. Hoje não tenho desculpa.

Perco mais tempo a arranjar desculpas para me justificar do que a tentar resolver o problema que está por trás de tudo.
No fundo no fundo eu não quero saber dele, quero que me largue, que deixe de ser o meu fantasma, que deixe de me perseguir, que me deixe respirar e sorrir e ser alguém. Mas não, parece um grilho sempre atado ao meu tornozelo.

Arrasto-me pela vida carregando atrás o peso do meu fantasma, um fantasma que alimento sem querer saber que fantasma é. No dia que eu souber que fantasma é ele deixa de me agrilhoar e eu fico livre. Depois não saberei o que fazer com essa liberdade.


Eu sou, eu faço, eu alimento este fantasma.

Já nem me interessa que fantasma é, afinal não me interessa, não. Interessa-me mais saber porque é que eu o alimento e o quero junto de mim.

terça-feira, 16 de junho de 2009

LVI

Apenas quando há dias em que me sinto verdadeiramente mal percebo que os outros - aqueles em que eu pensava que me sentia mal - eram dias em que eu estava muito bem.

Há muito que não tinha dias como os que tenho tido desde há cerca de uma semana para cá em que literalmente só me apetece arrancar a pele.

Contenho-me para não me esgatafunhar todo. Contenho-me para não arrancar o escalpe. Contenho-me para não fazer nada.

Os olhares das pessoas nos meus olhos deixam-me desconfiado: conseguirão elas ler o que me apetece fazer?


Vai passar, é o que me repito, vai passar. É uma fase. Vai passar.