quarta-feira, 17 de junho de 2009

LVII

Nem sei porque vim até "este lado" da blogosfera. Precisei ficar mais só, ver as coisas de longe.

Continuo a sentir o peito esmagado e custa-me respirar. Até ontem podia dizer a quem perguntasse que era da atmosfera carregada, do ar húmido e quente que nos envolvia.

Hoje o dia está limpo. Hoje não tenho desculpa.

Perco mais tempo a arranjar desculpas para me justificar do que a tentar resolver o problema que está por trás de tudo.
No fundo no fundo eu não quero saber dele, quero que me largue, que deixe de ser o meu fantasma, que deixe de me perseguir, que me deixe respirar e sorrir e ser alguém. Mas não, parece um grilho sempre atado ao meu tornozelo.

Arrasto-me pela vida carregando atrás o peso do meu fantasma, um fantasma que alimento sem querer saber que fantasma é. No dia que eu souber que fantasma é ele deixa de me agrilhoar e eu fico livre. Depois não saberei o que fazer com essa liberdade.


Eu sou, eu faço, eu alimento este fantasma.

Já nem me interessa que fantasma é, afinal não me interessa, não. Interessa-me mais saber porque é que eu o alimento e o quero junto de mim.

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