quarta-feira, 17 de junho de 2009

LVIII

Aqui está-se mais confortável.

Os poucos que por aqui passam já me vêm como tarado, daqui não esperam nada coerente e é melhor assim: ao menos não desiludo ninguém.

Dou as costas à chibatada quando entendem que de meia dízia de posts por mês acham que me conseguem avaliar psicológicamente e inclusivé sugerir métodos eficazes (e eficientes?) de morte auto-induzida.

Não me interessa os bitaites que sentem necessidade de mandar. Estou a lembrar-me especificamente dos mandados por um(a) Tangerina, aqui há uns meses. É simplesmente curioso e fascinante. A esse(a) deu a impressão que expôr-me nú e crú o(a) ofendeu. Ou atingiu. Revelou apenas não ter lido nada do que escrevi além do óbvio. Mas não deixa de ser fascinante.

É como o JLFT ou a Gigi e a Mimanora. O JLFT abriu-se até mais que eu próprio. Revelou pedaços de si, coisas muito suas que devem ter custado. É ainda mais fascinante, sente-se o calor do abraço que quer dar à distância de um blog.
A Gigi e a Mimanora vêm a receio. Trazidas pela curiosidade? Pelo fascínio quase mórbido de saberem se ainda ando por aqui ou se já não? Por um instinto maternal?

Há ainda o(a) Hibrys que deixou um breve comentário de que destaco uma frase: «O que é normal? O normal é muito relativo. Para mim o normal é o que me dá a mim conforto, mesmo que seja a vontade de morrer.»


Não sei, não sei quantos passam por aqui. Muito menos quem ou o que os traz.

Mas sei indubitavelmente o que me traz, a mim, aqui.

4 comentários:

Gina G disse...

Não venho receosa, venho curiosa mas sem morbidez e instinto maternal. O que talvez te pareça receio é o facto de eu ser uma pessoa sem necessidade de emitir opiniões no blogue dos outros e, creio já te ter dito isto, o que escreves não me deixa espaço a muitos comentários.
Vim até aqui com a curiosidade de ver quem me seguia, gostei e gosto do teu blogue e já quase gosto de ti. Mostras-te pouco, revelas ser alguém com necessidade de falar das intimidades que ninguém entenderia mas não revelas ser tarado, isso não. A Internet tem esta particularidade, a de proteger a identidade, e eu acho que aproveitas essa particularidade.

bjs

Tiago M. Espinho disse...

Talvez eu não deixe muito espaço para comentários porque venho aqui debitar o que me atormenta e tentar aliviar-me de uma carga - apenas.

Tens razão, ninguém entenderia: eu mesmo não entendo.

Não entendo , não me entendo.

O lado bom da internet, do blog é mesmo esse, aqui ninguém sabe quem eu sou.
Felizmente.

Tu consegues mostrar-te. Como é? É fácil?


Bj, Gigi

Anónimo disse...

Talvez seja o abraço tão caloroso por saber o que é. Já pensas-te que existem pessoas que já sentiram o mesmo á letra com todo o sentimento que escreves? Já te dei a entender que sim. Falarei até que percebas que te posso ajudar ou alguém. Gosto do que leio e entendo porque me revejo, há algum tempo atrás era um farrapo e como disse a The Woman no seu blogue "ja fui estúpido homicída de mim próprio". E fui tão estupido! Nínguem me ajudou nem ouviu nem leu, tu tens a sorte de teres e querem ajudar-te. Só falta assumir-se sem ser virtualmente, aí, estás salvo.

Abraço forte, free.

Gina G disse...

Como é? É só deixar-me ir atrás do pensamento. Nem sempre é fácil mas habitualmente é-o.

bjs