segunda-feira, 20 de julho de 2009

LXI

Há dias assim: em que dói mais. Não sei o que dói nem o que dói mas dói , dói que consome a alma que acaba por consumir o corpo.

A comida não se achega à boca porque o cheiro provoca náuseas e as náuseas tiram a fome.

O sorriso não chega à boca porque o sorriso não disfarça a confusão da alma e a qualquer momento um sorriso pode trair a alma e não sei quando vou romper num pranto infindável.

Há dias assim: em que dói tudo sem saber onde dói. Hoje é um desses dias malditos em que dói tanto que não consigo esboçar um sorriso, não sei se acabo num mar de lágrimas.

Um dia deixará de doer, um dia deixara de doer e falta menos um dia. Sinto-me condenado a viver uma eternidade, a eternidade da dúvida de não saber quando vai acabar a vida.




Não me quero refugiar em drogas. Seria mais fácil e talvez mais rápido de fazer esta "viagem"; não quero, não sei o dia de amanhã e amanhã apesar de parecer hoje outro dia eterno poderá ser o dia em que tudo muda.

Se isso acontecer eu quero estar bem, sóbrio, consciente e festejar.

Se isso não acontecer eu quero sentir a dor da espera eterna do dia em que tudo acaba sóbrio, consciente e atento à espera de um sinal.

1 comentário:

hibrys disse...

Longe de mim querer psicoanalisar, alguem, até porque não tenho competecia para isso, mas gosto de ler o que vais escrevendo( acho que te posso tratar por tu)contudo apesar de toda avontade que tudo acabe, parecem haver sentimentos contraditórios o que me confunde. Enfim nada é simples.