terça-feira, 21 de abril de 2009

LII

A pedido do JLFT escrevo aqui umas palavras breves.

Este é um blog de refúgio para a minha alma. Não sou um suicida. Não tenho qualquer tipo de intenção de pegar num bloco de papel, numa caneta e esgatafunhar à pressa meia dúzia de palavras típicas de pedidos de desculpas e justificações.

Este blog serve para isso mesmo: para poder aqui morrer tantas vezes quantas desejar sem que o tenha que fazer fisicamente.

Medo? Não tenho medos. Nem receios. Gosto da morte, fascina-me, desejo-a. Então porque não morrer? Por medo? Não, medo não, mas não sei. Algo me diz que ainda não é hora, espero mais um bocadinho e estes bocadinhos que espero vão acumulando os anos que cá passo.

Mentiria se não dissesse que já não estive prestes a apressar a minha ida. Três foram as vezes em que fui interrompido. Três foram as vezes em que tive que me justificar e convencer que não é patológico mas uma característica minha.

Não há duas sem três, à terceira é de vez e à terceira percebi que foi o fim de tentar. Se a sorte ou azar foram tantos que nunca passei da preparação de tudo então é porque algo, alguém, o que seja, me quer aqui para ver, fazer, suportar qualquer coisa.

E vivo assim, com essa na cabeça e com este blog onde posso morrer as vezes que precisar sem magoar, sem explicar sem desaparecer.

3 comentários:

Gina G disse...

Uns de uma maneira, outros de outra, mas sempre em comum a libertação que a escrita proporciona.
Eu não quero morrer porque a vida me deu coisas que não quero abandonar. E tenho medo... mas não tenho medo de dizer que tenho medo. :)
Cumprimentos

Tiago M. Espinho disse...

A escrita é a forma suprema de libertarmos o ser livre que somos e nós mesmos. Seria tão mais fácil chegar ao pé de alguém e falar estas coisas sem que nos tomassem por loucos a internar num qualquer hospital psiquiátrico.

Assim hoje existem blogs.

Não tenho medo de morrer, esotu aqui de passagem, não tenho nada que não possa ficar para trás. Mais tarde ou mais cedo todos aqueles com quem lido e amo vão também eles desaparecer.
Não. Não é por medo de ir. É para não ser condenado depois da minha opção. Não quero que quem não compreende me condene.

Cumprimentos Gigi

Anónimo disse...

Fiqui feliz com este texto, algo te prende a vida =)) Fiquei feliz.

Free Hug